“…Por mais de 20 anos, Natal foi indispensável para o desenvolvimento da aviação…”

“…Por mais de 20 anos, Natal foi indispensável para o desenvolvimento da aviação…”

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“…Por mais de 20 anos, Natal foi indispensável para o desenvolvimento da aviação…”

 

Aviação e o Rio Grande do Norte

Veríssimo Eduardo B. Vidal

Aeroporto São Gonçalo do Amarante

O ano era 1922, o Rio Potengi recebia, um hidroavião, o Sampaio Correia-II, tripulado pelo brasileiro Euclides Pinto Martins e o norte americano Walter Hilton e descrito pelo jornal A república como “Libellula de Aço”. A aeronave tinha origem em Nova York, percorrendo 8.989 Km ou 5.587 milhas entre a cidade américa e o destino no Rio de janeiro, pousando às 14:00 do dia 21 de dezembro do mesmo ano.

A partir de 1926, a capital do Rio Grande do Norte a cidade do Natal, passou a ser um centro de atração de aviadores vindos da Europa. Motivados principalmente, pela posição geográfica favorável, que dão ao estado o status de “Esquina do Continente”, devido à proximidade da África e Europa na travessia do oceano Atlântico. Por mais de 20 anos, Natal foi indispensável para o desenvolvimento da aviação. Os aviões da época não tinham autonomia para realizar essa travessia sem escalas, podendo percorre curtas distâncias, sem dispor do aparato tecnológico que dispões os aviões de hoje, bem como os procedimento ETOPS (Extended Twing Engine Operations) é uma sigla para certificações oficiais de autoridades aeronáuticas de vários países, que permitem às aeronaves comerciais bimotoras e aeronaves executivas bimotoras voarem em rotas com trechos que estejam tão distantes de um aeroporto alternativo quanto a distância de voo percorrida em até 60 minutos, ou, em outros casos, até mais.

As primeiras aeronaves que cursaram o atlântico e Amaragem no Potengi tiveram que retornar para a Europa de navio, as aeronaves não suportavam a longa jornada de travessia do atlântico e as intemperes, por esse motivo a distância era um importante variável a ser considerada. Nesse sentido as margens do Potengi e seus arredores foram palco de diversas odisseias de travessias de aviadores que partiam da Europa e África com destino a Natal. 

Ainda em fevereiro de 1926, chega ao Rio Grande do Norte o “Plus Ultra” aeronave comandada pelos espanhóis Ramon Franco e Ruiz de Alda  e do “Buenos Aires”, comandado por Bernado Duggan acompanhado pelos Italianos Oliveira e Ernesto Campenellia, a primeira aeronave partiu da Espanha e a segunda de Nova York, amaragem em Natal e em Barra do Cunhaú.

Em 24 de fevereiro de 1927, o Jornal a republica publica: “Natal e o primeiro porto brasileiro em que pisa o marques de Pinedo”. A noticia faz menção á chagada de Carlo Del Prete e Victale Zachetti, ambos italianos, com a aeronave “Santa Maria”.  Outros hidroaviões chegaram a capital potiguar, nesse ano, incluindo o “Jahu”, com tripulação brasileira, que fazia o percurso Gênova-Dakar-Natal.

Ainda em 27, O comerciante português Manuel Machado, doa ao aviador francês paul Vachet o terreno no qual seria construída a primeira pista de pouso. Local onde hoje está a base Aérea de Natal. Por sua vez o então governador Juvenal Lamartine apresentou a câmara federal um projeto de lei para criar um aviódromo no Rio Potengi.

Com a construção da pista em 1928 a Ltecoére, empresa francesa de correio aéreo foi pioneira com rota que passa por Natal, transportando encomendas e correspondências, uma alternativa para encurta as distâncias pois, essas correspondências demoravam meses, quando remetidas por transporte marítimo para a Europa.

Em 1929, Natal se consolida com o a capital brasileira da aviação, isso deve sobre tudo ao campo de pouso de Parnamirim construindo pelos franceses e aos hidroaviões que chegavam ao Potengi. Em janeiro, o jornal a Republica publica: “Natal Confirma, dia a dia, o prognostico de quantos asseveraram para si um posto de merecido destaque na América, como centro aviatório nacional e internacional”. Em janeiro desse ano, aviação começa a se interiorizar, sendo inaugurado campos de pouso em Mossoró e Ceara-Mirim, cidades do interior do estado. Nesse ano o aeroclube iniciar um curso de pilotagem, tendo com instrutor o Comandante Djalma Petit.

Em 1930, tem iniciou   o transporte de passageiros, pelos alemães   com o sindicato Condor, na Rampa, utilizando hidroaviões. A rampa foi criada pela Pan Air, empresa americana, que aportava em natal um ano antes. A aviação ainda era para poucos a venturados e endinheirados da época. No final da década de 30, com os ânimos acirrados pela Segunda Guerra Mundial, a empresa alemã e a italiana enceram a suas atividades em Natal.

O ano é 1941, início da construção da “Parnamirim Field”, base militar américa, chegada dos primeiros soldados, precederam a declaração de guerra do Brasil os países do eixo. Os americanos constroem a Base Leste, a intenção era construir a maior base aérea americana fora dos estados unidos, para o apoio logístico as operações na África, em virtude da distância que a localização geográfica favorecia, sendo posteriormente conhecida como: “Trampolim da Vitoria”. Parnamirim Field tinha, 600 edificações que chegou a alojar 1.800 oficiais e 2.700 soldados, havia restaurantes, cinema, infraestrutura de coleta de lixo e esgotamento sanitário, Natal chegou a receber cerca de 10 mil homes no período da guerra.

Com o fim da guerra em 1945, foi instalado na então base aera de Natal, uma estação de passageiros com uma estrutura modesta e improvisada, sendo o marco inicial de operações civis de transporte de passageiros em Parnamirim Field.

Entre a década de 40 e 50, com um maior desenvolvimento tecnológico da aviação fruto da experiência na guerra, as aeronaves tiveram a sua autonomia aumentada e se deu um salto na aviação mundial, nesse período, Natal perdeu importância estratégica para a avião da época, o trafego agora seria entre a Europa e a capital pernambucana.   Em 1951 a então estação de passageiros foi elevada a categoria de Aeroporto Internacional Augusto Severo.

 
 

 Entre a década de 40 e 50, com um maior desenvolvimento tecnológico da aviação fruto da experiência na guerra, as aeronaves tiveram a sua autonomia aumentada e se deu um salto na aviação mundial, nesse período, Natal perdeu importância estratégica para a avião da época, o trafego agora seria entre a Europa e a capital pernambucana.   Em 1951 a então estação de passageiros foi elevada a categoria de Aeroporto Internacional Augusto Severo.

  

Veríssimo Eduardo B. Vidal

Biólogo

Especialista em oceanografia biológica

Vidalverissimo283@gmail.com

http://linkedin.com/in/veríssimo-vidal-75916667

Referências/Consulta: Livro: História da Aviação no Rio Grande do Norte. Editora: Edufrn. Autor Paulo Pinheiro de viveiros. Coleção História potiguar Ano 2008

 

 

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