“… entendimento adquirido nesta função, permite as análises dos riscos de acidentes aéreos, assim como ajuda na prevenção de colisões envolvendo fauna e aeronaves…”
A Biologia na Aviação.
Foto: Terminal de Passageiros. Obras em 2013. Autor.
Em 2012, estava eu coordenando o Setor Florestal (SEFLOR)/ Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA), quando recebi o convite para participar de uma seleção de contratação de profissional de meio ambiente para a empresa que iria executar as obras do novo Aeroporto Internacional do RN. No período de outubro de 2012 a março de 2014, foram muitos os aprendizados e a experiência adquirida, bem como laços profissionais e de amizade constituídos.
Já no início de 2014, me deparei com um novo desafio, que fez reacender o brilho no olhar. Coordenar as ações ambientais no aeroporto que trabalhei com muito afinco e me doei ao máximo; assim como vários outros colaboradores que lá trabalharam também para o sucesso dessa empreitada.
Por mais de seis anos trabalhando como coordenador de meio ambiente e gerenciamento do risco da fauna, recebo ainda os mesmos questionamentos por pessoas do meu ciclo de amizade e familiares, “qual o trabalho de um biólogo no aeroporto?”.
A gama de assuntos é muito ampla e contempla grande parte das áreas de estudo da Biologia, tais como: botânica, zoologia, ecologia de sistemas, restauração ecológica, bioestatística, legislação ambiental e sanitária, cada uma dentro da sua especificidade, aplicada diretamente no dia a dia do aeroporto. Que podem ser traduzidos como: licenciamento de obras e atividades, gerenciamento do risco da fauna, recursos hídricos, sustentabilidade, condicionantes de licença ambientais, potabilidade, controle de pragas, emissões atmosféricas, resíduos sólidos, qualidade do ar, tratamento de efluentes, monitoramento ruído aeronáutico, educação ambiental.
De todos os serviços executados por biólogos em aeroportos, o Gerenciamento do Risco da Fauna não é apenas uma área de cunho ambiental, pois o objetivo final é garantir a segurança operacional dos aeródromos, nos pousos e decolagens das aeronaves. Entretanto, por se embasar em ações diretas e indiretas de manejo, é necessário conhecimento técnico acerca da biologia e do comportamento das espécies que geram risco para a aviação, bem como da ecologia de paisagem, que traduz as interações dos indivíduos com o meio ambiente. O entendimento adquirido nesta função, permite as análises dos riscos de acidentes aéreos, assim como ajuda na prevenção de colisões envolvendo fauna e aeronaves.
Portanto, não existe uma “bala de prata” para resolver as questões relativas a eventos com fauna em aeroportos. Tem que existir primeiro, uma consciência institucional da problemática e o interesse em apoiar as atividades, para que as medidas de mitigações sejam implementadas, obedecendo aos critérios técnicos desenvolvidos para cada região e situação. Não existem receitas prontas ou mágica, o que existe é um grupo de profissionais dedicados e capazes, que em conjunto com outras áreas fazem girar essa roda.
Portanto o Biólogo é um profissional que sempre terá na aviação um campo fértil de trabalho em virtude das suas múltiplas atribuições.
Veríssimo Eduardo B. Vidal
Biólogo
Especialista em oceanografia biológica
Vidalverissimo283@gmail.com
http://linkedin.com/in/veríssimo–vidal–75916667
Profissional da área de aviação.
Oriundo da Força Aérea Brasileira (Sistema de Aviação Civil DAC/ANAC).
Executou atividades no CENIPA, Elemento Certificado EC-PREV e EC-AA. SGSO e AVSEC.
Especialista em Biociências Forenses. Consultor Independente.